sábado, 8 de outubro de 2022

O CABEÇA DE CUIA - A HISTÓRIA QUE ANTECEDE A MALDIÇÃO

 

Erika Almeida viveo papel da Louca em O Cabeça de Cuia
Apresentado no último dia 07 de outubro de 2022, a história sobre o monstro devorador de mulheres do Piauí é julgado pelo público de uma forma diferente. Todos sabem que Crispim (o Cabeça de Cuia), foi amaldiçoado pela mãe após agredi-la e matá-la, porém o GRUPO TEATRAL EAVA FÊNIX, inspirado no livro de Edinaldo Carvalho, levou ao público uma vida sofrida, cruel e cheia de dor ao garoto Crispim, vítima de bullying, xingamentos, espancamentos pelos moradores da vila em que ele residia.
(Foto ao lado).
O espetáculo começa como uma narração de um personagem enigmático (a louca, foto acima), vivida por Erika Almeida. O público vê um personagem que é metade homem, metade mulher. E só com o o desenrolar da trama é que vai entendendo que, como mulher, ela é o rio Parnaíba (único amigo de Crispim) e como homem é a própria consciência de Crispim.
Outros personagens que contribuíram para o
sofrimento do jovem rapaz foi Dona Josefa (velha Bruxa, vivida por Alberto Araújo - foto ao lado) que, por ser a mais velha moradora, atribuía todo sofrimento e desventuras da aldeia ao Cabeça de Cuia, incitando constantemente os moradores contra Crispim.
Mas o ódio não era dirigido apenas àqueles que eles consideravam "filho do cão" (por ter uma grande cabeça), mas também à mão do rapaz (interpretada por Bruna Sena foto ao lado direito) que passa a ter ódio do próprio filho e faz de tudo para machucá-lo, ofendê-lo, criticá-lo, pois como vive amarga por toda perseguição contida, desconta tudo no próprio filho.
O clímax é o momento em que o público condena ou absorve Crispim.

As agressões e ofensas da mãe atingem um grau de crueldade que leva Crispim a um instante de "desabafo de ódio", onde em um impulso ele ataca a mãe. Mas antes mesmo do arrependimento, a própria já lhe amaldiçoava.
Em defesa de Crispim só Bella (interpretada por Isabelle Pereira foto ao lado) que se sacrifica pelo rapaz. Ficando em sua frente para morrer por ele. O sacrifício de Belle só faz por mais "lenha na fogueira". Com um elenco todo novo, o Grupo Teatral EAVA Fênix deixou a platéia comovida e dividida. "A morte nunca é uma saída" - diz a diretora e roteirista do espetáculo, Erika Almeida. - "Mas por que não humanizar o personagem Crispim? Quantas pessoas no calor da ira fazem coisas que arrependem-se amargamente? Nesse espetáculo ele é humano, não monstro."
No pós morte vem a paz e a felicidade. Crispim sacrifica-se no Rio Parnaíba e reencontra-se com Bella (Agora na pele de Oxum (Orixá dos rios).
outras fotos no instagram @teatroeava


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