sábado, 4 de junho de 2011

"Maria, Simplesmente Maria"

PALAVRA DE QUEM TEM CACIFE E COMPETÊNCIA PARA COMENTAR

MANECO NASCIMENTO, diretor de teatro e diretor do Teatro Municipal João Paulo II comenta o Espetáculo "Maria, Simplesmente Maria"

O Grupo Teatral Eava Fênix apresentou sua melhor prática de iniciação da cena proposta, no palco do Teatro Municipal João Paulo II. A montagem vinda de Caxias, no Maranhão, “Maria, simplesmente Mariamostrou sua força de expressão dia 28 de maio de 2011, às 19 horas.

Com texto e direção geral de Erika a. V. de Almeida, a peça desliza por crônica ligeira de cabaré society do século 19, em dias de Brasil a novas imigrações e reunião de línguas diversa
s, acorridas ao novíssimo mundo tropical.

Em ambiente de “rendez vouz” ao abrigo de fantasias dos barões do café e toda uma aristocracia sedenta de sexo, as vidas comezinhas de cocotes e mulheres outras traficadas para o necio dos prazeres, é que o enredo quente cruza o destino de quatro Marias e seus amores disputados.

A construção dramatúrgica textual não peca pela ausência de informações, peca por excessos.

A atriz que interpreta Maria Molambo, a africana, ex-escrava que exercita a própria liberdade no cabaré, precisa trabalhar melhor sua personagem para que ela fique mais convincente. Também precisa dar mais energia a dança africana para dar credibilidade a manifestação de ritos africanos dos quais ela faz parte.

Maria Ana, a índia traficada da selva amazônica para atender a capricho do Barão, chega sob uma construção da personagem de performance sem muita vida, não há muita verdade do universo gentio. Contudo personagem tem um grande crescimento quando o guerreiro, seu amor, vem resgatá-la da selva de pedra.

A atriz que interpreta Marie François apresenta um sotaque francês satisfatório que sustenta até o fim. Porém precisa ter mais cuidados com os gritos e dar menor dramaticidade para que sua personagem alce melhores cenas.

Maria Padilha, a espanhola, na pele de Erika Almeida, consegue ser destacável do início ao fim. A atriz apresenta uma maturidade natural e consegue contracenar quase o tempo inteiro em que presente na cena.

Erika Almeida segura o espetáculo, quase a carregar a densidade óbvia sobre as costas da boa intenção de não deixar a cena morrer.

A economia e maturidade, mesmo no dramalhão por vezes aquecido ao enredo, estão melhor aplicadas na intérprete de Maria Padilha.

Também têm desenvoltura significante o ator que compõe o Joaquim Martínez, personagem passional e amante extremo e o que dá vida a Juan Galhardo, este último intérprete tem mais tranqüilidade de apresentar sua construção de ator para a personagem.

De modo geral o elenco é muito jovem, com pouca experiência de palco.

Os pontos mais fortes do espetáculo, as coreografias de disputa da mulher amada, centro do furacão do triângulo amoroso.

Os atores, de sangue quente, expressam toda a verdade de sangue espanhol possibilitado. Os olhos, os corpos e a energia existentes dão o maior convencimento ao ato de fingimento proposto.

Como explicou Erika Almeida, o novo elenco trazido a Teresina teve pouco tempo de ensaio. Mesmo com as deficiências visíveis, os intérpretes deMaria, simplesmente Maria”, que compõem grupo envolvente de crianças, adolescentes e jovens se aliam numa força comum e defendem sua obra com toda a dignidade possível.

2 comentários :

  1. Teresina foi o máximo. Vitória!Vitória completa. Para quem não apostou....só lamento! Agora sim, podem odiar. Odeiem com motivo. Porque nós somos notícia.

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  2. o EAVA Fênix realmente está fazendo A HISTÓRIA DO TEATRO DE CAXIAS. Só lamento que os outros grupos não possam reconhecer isso. Azar! Quem se sobressai é notícia. Ao invés de criticar, que tal fazer algo de bom para também ser notícia?
    Parabéns EAVA Fênix. Estou torcendo por vocês. Que Deus os ajude hoje e sempre.

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